Festa a Toffoli constrange STF
O material a seguir foi retirado do site Zero Hora, acessado em 05-nov-2009.
Mal tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli já provoca constrangimentos à instituição por conta do patrocínio de R$ 40 mil da Caixa Econômica Federal a sua festa de posse.
– É claro que é um desgaste para ele e para a instituição também, mas só posso presumir que ele não estava a par disso – afirma o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, ao destacar que é comum a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) oferecer coquetéis para saudar a posse de magistrados em tribunais.
– Isso desvaloriza o Supremo, que deveria ser preservado como uma instituição acima de qualquer suspeita – diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos maiores críticos da indicação do Planalto para o STF.
Em sua defesa, Toffoli afirma que não tinha conhecimento do patrocínio da Caixa à recepção feita por associações ligadas à magistratura.
– A festa não foi iniciativa minha nem do Supremo. Eu fui apenas um convidado – diz o ministro, salientando que o evento foi uma “oferta” de várias associações para homenageá-lo.
E prosseguiu:
– Não pedi festa nenhuma e não sei onde obtiveram o dinheiro. Supus que os recursos vieram dos associados, mas de onde veio o dinheiro não é problema meu. É problema de quem ofertou.
Toffoli queixou-se a amigos do desconforto provocado pelo patrocínio de um banco federal.
– É uma situação chata. Fica parecendo que eu fui atrás de recurso público para dar recepção, quando eu não pedi festa nenhuma – teria confidenciado.
Embora Toffoli não seja obrigado a dar explicações aos colegas e o Supremo não tenha que prestar esclarecimentos a nenhum órgão de controle, o ministro Marco Aurélio lembra que o maior questionamento é por parte da sociedade.
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